Eu particularmente adoro uma regra, uma técnica, uma documentação, uma norma abnt para ter a clareza e certeza que estou aplicando algo corretamente. Esse conjunto de ferramentas servem para nos ajudar a enxergar e explorar lugares que achamos que sabemos e exploramos.
Falando explicitamente sobre as técnicas de teste como Partição de equivalência, Análise do valor limite e da Tabela de decisão, que são as mais básicas da nossa profissão, servem para termos uma abordagem bem prática e não duvidosa sobre como descobrimos que testes devemos realizar.
Ajuda a responder ao que alguns já devem ter ouvido como “não dá para testar tudo”, “tem muitos testes aí”, “não vamos testar fluxos alternativos demais”.
Digamos que quando aplicamos essas técnicas e apresentamos para o time, os nossos testes se tornam profissionais. Com base nas técnicas, não temos espaço para testes que não tem sentido serem feitos, são testes que foram escolhidos diretamente baseados nas regras de negócio por exemplo, os testes carregam um embasamento do porquê devem ser feitos. Não tem aleatoriedade.
Com as técnicas temos a certeza que aqueles testes são os melhores para serem executados e que estamos cobrindo 100% das regras.
Uma das vantagens de aplicar as técnicas é saber claramente quantos testes devem ser executados, isso ajuda na hora de estimar alguma história de usuário.
Agora pra mim, o maior ganho quando utilizo as técnicas de teste e aí vou incluir também o mapa mental, que não é uma técnica mas uma ferramenta para clarificar uma regra mais complexa, é quando consigo fazer perguntas diferentes de tudo o que já foi dito sobre determinada regra.
Já encontrei caminhos que nunca foram pensados e que gerava mais desenvolvimento, problemas que tiveram que ser revistos porque não tinham pensado sobre aquela brechinha que a técnica me mostrou. Já apliquei partição de equivalência com um valor não esperado e que precisou ser revisto até o framework de validação e a regra em si.
Quando aplico eu faço muitas perguntas que geralmente não conseguem me responder de bate-pronto, porque só a técnica me mostrou, ninguém nunca pensou e aí precisa ser investigado.
A Tabela de decisão é a que mais utilizo, dado a quantidade de variáveis que posso ter de entrada, só de você começar a construí-la com as variáveis das regras, já abre todas as possibilidades e respostas que permutando as entradas, algumas saídas você ainda não conhece, e a técnica te mostra isso. É como abrir a caixa de um quebra-cabeças, você primeiro separa as bordas, as cores e vai montando tudo até o final. Demora, é difícil, mas vale a pena.
No começo não é fácil e gera muitas dúvidas mas com o passar do tempo, utilizando sempre, elas vão mostrando o seu valor. É como andar de bicicleta de rodinha e depois começar a participar de competição, você aprende tanta coisa que nunca mais quer usar rodinhas, as técnicas são muito melhores.
Eu aprendi essas técnicas na minha Formação de testes com o Correia e reforçando o aprendizado recentemente com o Júlio de Lima no TSPI1. Dois grandes mestres que levo como base pra minha carreira, sempre revisitando seus ensinamentos. Correia então tem uma vasta explicação de técnicas de testes no canal da Iterasys, existem muitas outras!! No canal do Júlio também tem.

Bora aprender!